Semana passada, foi divulgada a lista da The Restaurant Magazine dos 50 melhores restaurantes da América Latina: alguns novatos brasileiros, como o Mocotó; a Argentina bombando como o país com mais restaurantes na lista (13) e o Peru mais uma vez fazendo um trabalho consistente em investir na gastronomia como forma de alavancar o país, levou o primeiro lugar.
Mas hoje, é do segundo lugar em número de restaurantes que quero falar: do México.
O vibrante país tem em sua capital, Cidade do México, uma das cenas gastronômicas mais ricas, interessantes e autênticas que eu já vi, assim como o Peru, que já falei aqui no blog.
A Cidade do México é um pouco como São Paulo: caótica, violenta, poluída, cheia de gente, chega a ser sufocante. Mas diferentemente daqui, que tem na diversidade cultural e gastronômica um de seus pilares, o mexicano tem orgulho das suas tradições culinárias e isso se reflete nos restaurantes mais famosos da cidade. É óbvio que você encontra restaurantes de todas as especialidades por lá, mas o número de casas de comida mexicana boa, de verdade, é muito maior do que de temakerias, por exemplo.
Na minha opinião, isso é totalmente compreensível, visto que o México é um país muito mais antigo que o Brasil, e como tal, começou a desenvolver a sua gastronomia muito antes. O que temos visto pelos lados de cá, com os ingredientes amazônicos, retorno de pratos simples de casa e valorização das origens, indica que estamos no caminho certo, para termos uma gastronomia brasileira realmente consolidada, coisa que o México tira de letra.
O D.F. como os mexicanos chamam a capital, tem desde excelentes opções simples, de comida de rua, como as taquerías, até restaurantes sofisticadíssimos de comida mexicana, como o Pujol, número 6 da lista.
Quando estive por lá, infelizmente não consegui jantar nos restaurantes apresentados na lista, mas fiz uma visita rápida ao Biko e ao Pujol, e fiquei bastante impressionada com o que vi.
O mexicano é moderno e inovador, e com muita influência da cozinha e da cultura espanhola.
Tanto ambiente quanto cardápio instigam e dão vontade de viver aquela experiência, muito mas muito sofisticada. Para iniciados e não iniciantes. Ambos tem menu degustação que custam em média R$ 170.
Não vou falar muito deles, uma vez que não comi lá, mas os dois certamente estão na minha wishlist e assim que esses sonhos se tornarem realidade (oremos!) eu conto aqui para vocês o que achei.
Mas, se você estiver pensando em ir para a Cidade do México, aqui vão algumas opções de restaurantes que me encantaram na cidade:
1) X-Keken
Esse é um restaurante super jovem para comer dando risada com os amigos. O clima já começa descontraído quando os garçons apresentam o menu, uma grande lousa que precisa de duas pessoas para carregar com as opções do dia.
O milho assado com limão e chipotle que eles servem como couvert é simples e imperdível… Dá vontade de comer uns 15.
Os tacos de camarão empanados também são deliciosos. Simples, despretensioso e uma delícia. Para começar sua estadia no México tranquilamente e com o pé direito.
Fica no bairro da Condesa, uma região super bonita e com muitos restaurantes e bares.
Avenida Michoacán, 117 – Condesa
2) El Tizoncito
Esta taquería é na verdade uma grande rede e se autointitula como os criadores do taco al pastor.
E digo, com toda a certeza, o taco deles, é o melhor que já comi na vida! Um fast food de respeito. Perfeito para ir depois da balada, pela manhã, para almoçar, enfim, a qualquer hora do dia.
Se for lá, também não deixe de provar o pozole, uma sopa mexicana de milho com carne de porco. Animal!
Tem vários endereços pela cidade, com duas unidades em Polanco
3) El Bajío
O restaurante que os mexicanos levam os estrangeiros. Fui até lá com duas amigas mexicanas, que me disseram que era um dos restaurantes de comida simples mexicana mais gostoso da cidade. E era mesmo. Com várias unidades pela cidade, um dos mais frequentados pelos turistas é justamente o que eu fui, em Polanco (pela proximidade dos hotéis), o bairro gastronômico da cidade.
Lá, provei os deliciosos Tacos de Pata, feitos com pé de porco mesmo, que apesar de soar estranho, fiquei encantada pelo sabor. Também fui introduzida à um dos drinks nacionais, o famoso banderita – um shot de tequila, com um shot de suco de tomate e um shot de suco de limão, as cores da bandeira mexicana. Delícia, mas sobe que é uma beleza!
Alejandro Dumas, 7 – Colonia Polanco
4) Paxia
Você precisa ir à este restaurantes durante as Festas Pátrias do México, que acontecem entre o final de agosto e a primeira quinzena de setembro, porque somente nesta época você encontra o chile en nogada, prato típico que celebra a independência do país. Muito orgulhosos de sua bandeira (como nas banderitas), este prato tem as cores nacionais. O verde do chile e da salsinha (um tipo de pimentão), o branco do creme de nozes, e o vermelho das sementes da romã. A iguaria, agridoce, consiste em um chile poblano recheado com frutas secas, molho de nozes e romã. Bem diferente, exótico, diferente dos sabores que estamos acostumados, mas ainda assim, uma delícia.
Avenida de La Paz, 47 – Colonia San Angelo
5) Dulce Patría
O restaurante mais sofisticado que fui, enquanto estava no México, foi, sem dúvida, o Dulce Pátria. Onde os executivos vão para fechar importantes contratos e frequentado pela alta sociedade mexicana.
A chef Martha Ortiz é uma verdadeira estudiosa e apaixonada pela culinária mexicana, e recria os grandes pratos clássicos no restaurante, que fica em Polanco.
O ambiente é lindo, perfeito para ver e ser visto.
Minha dica: cuidado com a quantidade de pimenta servida nos pratos. É comum ver mexicanos secando a testa com o guardanapo por tanta pimenta… É melhor perguntar antes se o prato que você escolheu é bem aceito por estrangeiros. Vai na minha, por mais que você goste de pimenta, não se compara à tolerância deste povo…
(Infelizmente não tenho foto deste restaurante, sorry!)
Anatole France, 100 – Colonia Polanco
E aí, que tal dar um pulo na Cidade do México e parar de comer de uma vez por todas essas coisas que “chamam” de comida mexicana por aqui?
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