É difícil comer em shopping. Aliás, o espaço fechado de um shopping center tem se tornado cada vez menos atrativo para mim e por isso evito ao máximo entrar nestes centros de consumo.
Se tenho que comer, sempre encontro opção melhor fora. Se tenho que comprar, priorizo as lojas que ficam na rua. Cinema? Não me animo a enfrentar uma multidão para ver um blockbuster.
Me desanima ainda mais se esse shopping for o Pátio Paulista. O estacionamento é ruim, o fluxo do shopping é esquisito e o mix de marcas não me agrada muito.
Mas invariavelmente, eu tenho que ir em algum shopping.
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Há algumas semanas, li que o famoso padeiro Rogério Shimura tinha aberto um quiosque no Shopping Pátio Paulista. Um espaço em que você pode provar os pães de fermentação natural dele. As massas são preparadas na fábrica, no Ipiranga e finalizadas na loja.
A Shimura Pães e Doces fica no mesmo piso da praça de alimentação do shopping, do ladinho da Saraiva. O ponto, apesar de pequeno, acomoda bem os clientes em duas mesas coletivas. O espaço é bonito, mas aparentemente faltam alguns detalhes de acabamento. O painel no fundo da loja, com a imagem de uma praia, não combina nada com o conceito na padaria e me parece ter ficado da loja anterior que ocupava o lugar. Mas isso não tem muito a ver com o post, só fiquei pensando nisso e queria compartilhar.
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Na vitrine, pães para levar pra casa, como a baguette, a ciabatta e o pão italiano, e alguns que também podem ser comidos lá mesmo, como o croissant e pain au chocolat. Eles contam também com uma parte de bolos e sobremesas, como o Red Velvet, torta de morango, muffins e bolos individuais.
Atrás do balcão envidraçado, a equipe fica finalizando os pães e montando os pedidos.
Como era hora do almoço, fui em uma das sugestões de sanduíches, que são quatro: Presunto Cru, Rosbife, Mortadela e Peito de Peru, além dos tradicionais pão com manteiga, pão com requeijão e misto.
Pedi o de Rosbife, com parmesão e molho de mostarda e mel (R$ 20). Você pode escolher o pão de sua preferência para o sanduíche: pão bola de azeitona, francês, italiano ou ciabatta tradicional.
Eu fui de ciabatta, porque adoro sanduíches feitos neste pão e queria provar um pão tradicional do Shimura.
Meu sanduíche chegou e o que ele tinha de melhor realmente era o pão. Estava saboroso, com boa textura e bem crocante. Pena que o resto do sanduíche não fizesse jus ao pão. Não estava ruim, mas os ingredientes eram tão simples e comuns que fiquei com a sensação de que teria me dado melhor se tivesse comprado o pão lá e montado o sanduíche em casa.
A apresentação foi outra coisa que falhou. O sanduíche chegou cortado ao meio mas literalmente jogado no prato. Do jeito que caiu, ficou. Detalhes tão simples, mas que fazem a diferença para o cliente.
Enquanto eu esperava meu sanduíche, respondendo uns emails no celular, a atendente perguntou de longe, de costas para mim e sem se importar muito se eu estava ocupada ou não, ou também sem se perguntar se o salão queria saber a minha resposta: “Moça, ô moça, você quer talher pro seu sanduíche?”. Quando percebi que era comigo, balancei a cabeça que não, mas isso me fez deixar meus emails de lado e prestar mais atenção no atendimento.
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Aí, chegou meu sanduíche e uma senhora se sentou na minha frente. Eu comi tudo e ela estava apenas ali parada, com certa impaciência. Aí ela chamou a atendente que tinha se esquecido do lanche dela. Ela esperou uns 15 minutos por um sanduíche que demorava no máximo cinco para ficar pronto. E a loja estava vazia.
Prestando mais atenção ainda ao atendimento, percebi que vários clientes pediam por determinados produtos (tipo pão francês ou croissant de amêndoas) e a resposta sempre era: “Não tem não, pão francês só uma vez ao dia e hoje já acabou.” Quando alguém perguntava o que ia naquele determinado bolo ou se outro produto tinha glúten ou não, ninguém sabia ao certo responder e também não fazia muito esforço de se informar. O atendimento é triste.
Quando fiz meu pedido, além do sanduíche pedi também um Muffin de Cenoura (R$4) e a atendente me disse que serviria tudo à mesa. Terminei meu sanduíche, esperei um pouquinho e nada do bolinho. Chamei a atendente e pedi pelo muffin. Aí todo o salão de novo soube o que eu estava comendo: “Ô fulana, você comandou o muffin dessa moça? Do que é mesmo? Ah, dessa aí de lenço na cabeça? É de cenoura, leva logo pra ela…”
O muffin de cenoura não valeu o pecado e não salvou a minha experiência por lá. A textura estava ótima, bem macio e leve, mas faltava gosto de cenoura. Só tinha uma leve lembrança do ingrediente. Sabe aquele bolo de nada que a sua avó adora fazer? Pois bem, essa a minha sensação, de estar comendo um muffin muito bem feito de nada.
Fiquei chateada pelo Shimura. Sei que ele é super competente e entende bastante do assunto.
Mas se quiser ter uma experiência legal com os pães dele vá até o Ipiranga, na matriz, ou passe lá no Pátio Paulista e pegue um pão para levar pra casa.
Mas se você for famoso ou não quiser ser visto, cuidado. As pessoas olham mesmo para a fulana de lenço que está comendo muffin de cenoura.
Shimura Pães e Doces
Shopping Pátio Paulista – Rua Treze de Maio, 1947 – Bela Vista, SP – (11) 2219-2907 – Metrô mais próximo: Vergueiro ou Brigadeiro (650m)
Horário de funcionamento do shopping: segunda a sábado das 10h às 22h e domingo das 14h às 20h.
Gastei R$ 28, com uma água, um sanduíche e um muffin.
Não, não entre no shopping só pra isso…
Eu ia até trazer um pão italiano para casa, mas desanimei.
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