Eu lembro de assistir, alguns anos atrás, a programas americanos de comida de rua e food trucks e achar tudo aquilo fantástico, maravilhoso e sonhar com ter um destes caminhões e imaginar se algum dia isso chegaria por aqui.
Lembro de viajar para cidades dos EUA e basear as minhas refeições em food trucks, pois achava o modelo fantástico e normalmente a comida também era.
Lembro de ir na pré-estréia do filme Chef e ficar feliz que a “tendência mundial” tivesse finalmente chegado aqui.
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E chegou. De forma meio torta mais chegou. E falei neste blog sobre a abertura e o primeiro dia de operações do Butantan Food Park (e a minha tentativa frustrada de ir no dia em que anunciaram que seria a abertura e ele estar fechado), já comi em food truck bom, ruim, maravilhoso, horrível, conheci outros tipos de comida de rua, vi prefeito prometer coisa, vi amigos abrindo os seus food trucks, vi gente quebrando, enfim, vi de tudo.
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Mas a verdade é que eu estava com um bode gigante de food truck nos últimos meses. O assunto virou carne de pescoço. Falar de food truck era a mesma coisa que falar de prosecco uns tempos atrás. Comi tanta tranqueira e vi cada coisa terrível e cara por aí que não estava mais na vibe de me aventurar nos food trucks da vida. Perdeu o encanto.
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Mas nessas de ter vida social e se importar mais com a família e os amigos do que exclusivamente com o que será comido, fui parar no Piknik Faria Lima em um domingo.

A frente do Piknik, na rua Henrique Monteiro
Não estava a trabalho (por isso tem pouca foto, e de celular), estava “de civil” no dia, só querendo comer alguma coisa, ficar com pessoas queridas, passear um pouco e dar umas risadas. Mas a minha experiência por lá foi tão interessante que resolvi contar aqui no blog.
Pra quem já está achando que eu vou descer o cacete no Piknik, sinto decepcioná-lo, mas não vou. Minha experiência por lá foi muito positiva.
Pra começar, o espaço, que é muito bem localizado, na esquina da Rebouças com a Faria Lima, é muito agradável.
É grande, limpo, descontraído, tem banheiros, com várias mesas e cadeiras disponíveis pra quem não tá a fim de comer em pé e alguns ombrelones que protegem em caso de chuva. Tem até uma área para as crianças se divertirem. Tá novinho, limpo, bem cuidado, bem pensado.
O que antes era um estacionamento de carros, virou um espaço de convivência.

O espaço
Pra quem entra pela rua Henrique Monteiro, o que se vê são diversas barraquinhas e nenhum food truck. Eles ficam estacionados lá no fundo, na entrada da Rebouças.
E foi logo nessa entrada que eu vi uma coisa que gostei demais. O Piknik Faria Lima apóia a ADUS – Instituto de Reintegração do Refugiado e oferece o espaço para que refugiados de diversos países preparem a sua comida e vendam, como forma de renda. Enquanto muita gente fala, o Piknik foi lá e fez, ajudou os caras da maneira que pode.
Naquela semana que fui, era a estréia da barraca Sabores e Lembranças, dedicada apenas aos refugiados. Quem estava comandando a barraca aquele dia era o sírio Talal Al-Tinawi e tive o prazer de provar sua comida.
Comida. O ponto principal de um espaço de comida. Foram quatro prato provados e uma sobremesa. De todos, só a sobremesa não rolou.
O melhor foi a comida do Talal, uma mistura de frango, carne, tabule e legumes. Comida bem temperada, feita com cuidado, gostosa. Com sabor e não uma coisa neutra ou feita de qualquer jeito como sempre encontramos por aí. Gostamos e muito!

Comida muito boa do Talal
Teve também um Picadinho de filet mignon com arroz, farofa de banana e ovo frito, do Ruaa. Gostoso, bem servido, simples, mas cumpriu o que prometeu.

Burger de pastrami do Lox
Eu fui de Burger com Pastrami do Lox e também estava ótimo. Carne boa, pastrami caseiro, tamanho bom, saboroso.
O quarto prato não foi bem um prato, e sim uma Batata Frita no cone de uma barraca que eu não lembro o nome. Mas a batata estava uma delícia. Crocante por fora, macia por dentro, quentinha e com uma maionese deliciosa em cima. Arrasaram.
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A comida, de quatro lugares diferentes, foi muito bem sucedida. Sim, pode ser que a gente tenha dado sorte, mas o que importa é que estava muito gostoso.
Na sobremesa não fomos tão felizes. Fomos no Brownie Burger e pedimos um Brownie Burger e um Brownie Shake. Nem perca seu tempo. Brownie pesadão, duro, sem gosto e milkshake tão gostoso quanto qualquer mistura de leite e sorvete Kibon. Totalmente dispensável.

Brownie Burger: fué fué fué… é bonito, e só!
Para arrematar, tomamos um café no Grão Gourmet. O meu, coada na Hario v60, estava ótimo, mas o outro que pedimos, uma bebida de café com chocolate e creme, estava apenas ok.

A barraquinha do Grão Gourmet
No final, saímos todos satisfeitos, tendo passado um tempo agradável por lá. Não gastamos muito, comemos bem e nos divertimos.
Sinal de que às vezes é bom rever seus conceitos e tirar suas conclusões de fatos e não só de percepções.
Se eu acho que food truck deveria estar na rua, rodando, parando em lugar público, cada dia em um lugar diferente? Acho.
Mas também acho que não podemos matar uma ideia só porque é necessário fazer adaptações.
Então respondendo à pergunta, sim, o Piknik Faria Lima é mais um estacionamento de Food Trucks, mas é um dos bons!
Piknik Faria Lima (https://www.facebook.com/piknikfarialima/)
Rua Henrique Monteiro, 125 – Pinheiros – SP – (11) 94212-0702 – Metrô mais próximo: Faria Lima (550m)
Segunda a quarta, das 11h às 16h e quinta a domingo, das 11h às 22h.
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